Começamos com o tipo I e agora uma rápida olhada no tipo II.
(Imagem ilustrativa, não pensem em fase maníaca, mas sim hipomaníaca)
Qual a diferença entre os tipos de transtorno bipolar?
Bem, simplesmente podemos perceber pela mania, lembra que a pessoa que sofre de transtorno bipolar tem episódios de humor depressivo, hipomaníaco e maníaco? Pois é no tipo II a pessoa não vivencia nenhum episódio maníaco, ou seja os sintomas de quando esta mais para o lado eufórico não chegam a uma gravidade tão grande. Obviamente a pessoa tem prejuízos, mas estes são mais referentes ao episódio depressivo e não a hipomania, assim é a doença mais fácil de confundir com a depressão.
Mas se é assim, porque essa diferença entre o bipolar tipo II e o depressivo?
Para saber o melhor tratamento. Principalmente o medicamentoso, se tratar um bipolar só com antidepressivo ele vai pular diretamente para a fase mais eufórica, e provavelmente, dessa forma, tenha um episódio maníaco, ou seja, mais grave que o hipomaníaco e passe a apresentar o transtorno bipolar tipo I.
Ok, tem uma diferença, mas porquê separar esses dois tipos?
Bem, pode-se perceber que o tipo II é menos grave que o tipo I e assim o prognóstico é bem melhor, o tratamento é diferente e pode ser mais curto, por isso é importante distinguir uma da outra.
O prognóstico é o curso da doença, ou seja como ela vai se desenvolver, se a pessoa tende a piorar com o tempo, melhorar, se os sintomas voltarão ou passarão, ou seja o quanto essa doença vai seguir prejudicando a pessoa, no caso do bipolar tipo II, esse prognóstico, como já mencionado, será melhor, ou seja, a doença vai interferir e prejudicar bem menos a pessoa que o transtorno bipolar tipo I.
Tem cura?
Bem, infelizmente ainda não. Sempre gosto de lembrar que a psicologia e a psiquiatria são ciências muito novas ainda, a toda hora sai uma nova pesquisa com um novo resultado, novos medicamentos, novos tratamentos, novas terapias, descobre-se mais e mais coisas sobre nós mesmos. Estivemos por muito tempo concentrado no que estava fora de nós, os outros, as outras coisas, o exterior a nós, e agora começamos a perceber a importância de voltar todo esse conhecimento olhando para dentro, pra gente. Aqui cabe uma frase célebre de um ótimo pensador da psicologia, Carl Jung:
(ainda no ritmo do dia do psicólogo hehehe)
Então acho que com o tempo pode ser encontrada novas formas de tratamento e quem sabe até mesmo uma cura. Mas por enquanto o que se consegue é a remissão dos sintomas, ou seja, aqueles sintomas que causam prejuízos pausam, não acontecem por um bom tempo, algumas vezes até não surgem mais, mas o mais comum é acontecerem de forma muito mais pausada que antes e de forma mais branda, com a pessoa conseguindo lidar com eles.
Para não perdermos o foco volto a colocar aqui os critérios dos episódios hipomaníaco e depressivo, com o grande destaque no hipomaníaco que o difere do maníaco:
Hipomania:
-Período com humor anormal e persistente elevado, expansivo ou irritável, com sentimentos de ter mais energia e fazendo muitas atividades, a duração mínima é de quatro dias, presente na maior parte do dia, quase todos os dias.
-Apresenta 3 ou mais desses sintomas:
-Grandiosidade, se achar o máximo.
-Menor necessidade de sono, consegue dormir bem menos e não sente falta.
-Fala mais rápida ou fala muito mais que o normal.
-Pensamento parecem que estão rápidos de mais, podendo ter até a sensação que as idéias fogem.
-Muito distraído, qualquer coisa chama a atenção e não consegue focar em nada.
-Consegue fazer muita mais do que faria seja no trabalho, escola, social ou sexualmente, ou também uma agitação não produtiva.
- Faz coisas sem avaliar as conseqüências, comportamentos muito arriscados, como comprar de mais, ter relação sexuais desenfreadas, dirigir em alta velocidade, etc.
-O episódio é uma mudança clara no funcionamento da pessoa, ou seja, não é uma característica normal do individuo.
-Os outros percebem quando ocorre essa mudança.
-A perturbação no humor não chega a ser tão grave causando prejuízo acentuado à pessoa ou outros.
-Isso tudo não ocorre como efeito de nenhuma substância.
Episódio Depressivo:
-Ter no mínimo cinco dos seguintes sintomas a pelo menos duas semanas e como uma mudança do período
anterior, sendo que tem de apresentar ou o humor deprimido ou perda de
interesse ou prazer.
anterior, sendo que tem de apresentar ou o humor deprimido ou perda de
interesse ou prazer.
-Humor deprimido na maior parte do dia, ou até mesmo um humor irritável (mais comum em crianças e adolescentes), percebido pela pessoa ou por outros.
-Perda de interesse e prazer em fazer qualquer atividade.
-Ganho ou perda de peso sem fazer dieta, ou ainda a redução ou o aumento do apetite.
-Não conseguir dormir ou dormir mais que o normal.
-Sentir-se muito agitado ou muito lento.
-Sentir-se sem energia para realizar as atividades.
-Sentir-se culpado ou inútil excessivamente e impropriamente.
-Dificuldade em pensar e se concentrar ou até indecisão.
-Vontade de morrer.
- Os sintomas causam sofrimento e prejuízo para a pessoa.
-Isso tudo não ocorre como efeito de nenhuma substância.
E dai conseguiram entender tudo galera? Ainda falta falar sobre o transtorno ciclotímico e outros 4 transtornos nessa categoria e ainda temos os especificadores... mas falta pouco agora e sempre tentarei trazer tudo de forma o mais explicadinha e sem palavras muito complicadas... espero que estejam gostando.
Sabiam que tinha esses dois tipos de bipolaridade? Comentem fiquem a vontade. Podem deixar dúvidas, críticas, sugestões, qualquer coisa.
Abraços a todos e ótima terapia ;)
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