quarta-feira, 30 de julho de 2014

Porque e o que fazer em um Psicólogo?

Para começar é claro que o assunto não poderia ser outro... tentei fazer na forma de perguntas e respostas, afinal são as perguntas que normalmente nos fazemos quando ainda não temos muitas informações sobre o assunto... se alguém tiver ainda alguma dúvida, ou viu alguma coisa errada, ou quer papear mesmo, fiquem a vontade nos comentários.



A maioria dos meus pacientes ao encerrar o primeiro atendimento sempre fala: “Sabe eu tava com medo de vir, não sabia como era nem o que devia falar ou que iria acontecer... mas é bem tranqüilo!”, ou frases do mesmo estilo. Isso me remetia sempre a primeira vez q entrei num consultório de psicólogo e a mesma angústia que eu sentia antes da sessão iniciar. Como estava cursando a graduação queria também ter a experiência do atendimento, além é claro dos professores sempre indicarem que é o melhor a fazer ( e é mesmo!). Mas varias questões pipocavam na minha cabeça antes de eu finalmente encontrar com a minha psicóloga, coisas como:
“O que eu vou falar pra ela?”
“Será que tem mesmo algo de interessante na minha vida?”
“E se ela me achar uma louca e mandar me internar?”
“Que vergonha! Não vou conseguir falar nada!”
“Ela vai ler a minha mente?”

E por ai vai... mas não é que a gente se surpreende mesmo ao ver que o bicho de sete cabeças num passa de uma imaginação nossa. E sabe por que o imaginamos? Pois infelizmente ainda estamos arraigados de preconceito sobre a área. A profissão ainda é pouco explorada e costumamos ver na mídia os psicólogos tratando de pacientes internados com camisa de força e tudo o mais que tem direito, o legítimo louco estereotipado, isso quando o próprio psicólogo não é apresentado como o maluco!

Mas eu não sou esse tipo de louco e não quero ser tratada assim, então não vou chegar nem perto desse profissional, o que as pessoas vão falar?!?!?
Bem, para começar o psicólogo está ai para atender diversos tipos de públicos, de pessoas com transtornos bem severos até mesmo caso mais brando, mas que se não tratados podem vir a ficar mais complicados. Segundo, um psicólogo jamais fará algo que você não queira, o tratamento é dirigido a você e você que manda e estipula o que quer e como quer; apenas em casos muito graves o profissional pode entrar em contato com a família para resolver problemas mais drásticos, sempre consultando o paciente. Terceiro, o psicólogo é um ser humano como você, é por isso que consegue te compreender, ele não tem poderes mágicos para entrar na sua cabeça e mudar tudo que ele quiser, a mudança e a disposição à mudança vêm do paciente.

Ok, entendi, mas será que eu preciso mesmo?
Bem, se você precisa ou não isso tem que partir de você, um psicólogo está ali para te ajudar com questões que você já tentou e não conseguiu resolver sozinho, problemas persistentes que estão provocando algum mal estar para você. Esses problemas podem estar ligados a qualquer área da sua vida, problemas na relação conjugal, social, na escola, no trabalho, com a família e com você mesmo. Os problemas são os mais diversos, mas muitas vezes uma ajuda profissional pode ser de grande valia.

Mas tem como resolver só na conversa?
Ai está novamente um pouco do preconceito e de pouca informação. A escuta de um psicólogo não é como a de uma amigo, por exemplo, ele não vai lhe falar “isso é só coisa da sua cabeça”, “é só te empenhar mais um pouquinho”, “isso é culpa tua”, etc. Com um psicólogo não há julgamento, o espaço é todo seu e ele não irá criticar você. Sua escuta é especializada para isso e será sempre voltada a sua pessoa. A “conversa” servirá para ajudar a organizar as questões internas do paciente, ajudá-lo a se compreender melhor e assim sendo o julgamento ficará a cargo de você e não do terapeuta.

Ok, mas como é o que eu tenho falar?
O que você tiver com vontade de falar. A ideia não é fazer um interrogatório policial, mas criar um ambiente ao máximo acolhedor para você.
Basicamente você chegará e pode ter que aguardar um pouco, em seguida o psicólogo se apresentará e irá iniciar o atendimento. Como existem diversos tipos de linhas teóricas e formas de atendimento pode ser que ele resolva lhe explicar isso, até mesmo como serão os próximos atendimentos, caso ele não o faça você pode perguntar para ele.
O primeiro atendimento costuma ser para conhecer o paciente e planejar o tratamento. Talvez tenha algum tipo de ficha para preencher com aqueles dados simples, como nome completo, idade, endereço, telefone, etc. Provavelmente você será perguntado sobre o que espera ou que pretende trabalhar na sessão, ou seja, sobre o motivo que o levou a procurar o atendimento. Assim você falará sobre isso, caso fique sem mais o que falar não precisa se preocupar, o psicólogo irá “puxar assunto” com você através de perguntas fáceis de responder. O que ele quer é saber sobre você, todas as informações que você estiver disposto a dar.

Tenho que deitar no Divã?
Isso você escolhe, isso se tiver um divã no consultório do seu terapeuta. Pois é, nem todos são adeptos ao divã. Você será convidado a se dirigir ao local que considerar mais confortável. Claro que existem algumas linhas teóricas que são mais voltadas ao Divã, aonde o terapeuta fala pouco e deixa o paciente falar livremente.

Como assim linhas teóricas, o que isso?
Bem a psicologia é uma área muito ampla, além dos diferentes locais que se encontra atendimento psicológico também existem diversas linhas que auxiliam a atender e compreender o paciente, por exemplo, tem a psicanálise (essa você deve conhecer o Freud sabe?), o Psicodrama, a Terapia Comportamental Cognitiva (to me especializando nessa), Gestald Terapia, etc. Aos poucos posso ir trazendo alguns post sobre essas áreas para vocês compreenderem um pouco melhor ;)
Pode ter pintado a duvida sobre qual a melhor então, isso depende de você e do terapeuta, cada pessoa se adapta melhor a uma ou outra linha, assim como a um ou outro psicólogo. Por isso é bem interessante saber como é o atendimento que aquele terapeuta usa, que como foi explicado, costuma ser feito lá na primeira sessão.

E se eu não gostar?
Ninguém irá lhe prender em uma terapia que está lhe desagradando. É claro que algumas vezes você pode sair da terapia odiando seu psicólogo, pois os conteúdos psíquicos muitas vezes são difíceis de lidar e quando se sai muito mexido com essas questões internas pode vir a provocar algum sofrimento, mas isso faz parte da terapia. As vezes temos que passar por algo assim para ter uma melhora, é como passar remédio em algum ferimento, machuca, dói, mas é importante pra ocorrer a melhora.
Fora isso tudo se você acha que a terapia não está surtindo efeito nenhum a algum tempo você sempre pode discutir isso com o profissional que lhe atende e se nada mudar é parar a terapia com ele e buscar outro que você ache melhor, pois o modelo de terapia são diferentes e outro modelo pode ser mais proveitoso para você. Por exemplo, tem terapias em que o psicólogo fala bem pouco, deixando mais a cargo do paciente que fale e mantenha o diálogo, como também existem terapeutas mais ativos que mantém a sessão mais dinâmica, além daqueles que tem atividades que envolvem mais movimentação do paciente e aqueles em que o paciente se mantém parado.
Contudo, infelizmente, como em qualquer meio, existem também terapeutas que não são bons, que não são exemplo de profissionais, mas que estão ai, o jeito é realmente procurar em outro lugar e não se abater ou achar que todos serão assim, pois cada um é diferente do outro e uma experiência ruim com um profissional nem de longe significa que todas serão assim.

Mas tem que ir toda a semana? Por quanto tempo é isso?
Os atendimentos costumam ser semanais, mas pode ser mais freqüentes ou menos, depende muito do paciente, a sugestão será dada pelo terapeuta, mas cabe ao paciente aceitar ou não.
O tempo que dura uma terapia também está sujeito a demanda que o cliente trás e ao tempo que ele precisa para assimilar tudo. Também entra fatores como o modelo de terapia e questões do próprio terapeuta.
Todos conhecemos histórias de pessoas que estão a uma vida em tratamento, ou acompanhamento psicológico, mas isso não significa que você seja um desses casos. Como já mencionado o término está diretamente ligado ao paciente e você sempre pode falar com seu terapeuta sobre isso.

Mas os valores são altos de mais!
Isso é uma questão pessoal. Você acha que não vale isso? Podemos entrar em questões como o fato do ser humano estar cada vez mais material e consumista, como a psicologia não é algo palpável acaba sendo deixada em segundo plano, será que não estamos nos desvalorizando enquanto indivíduos e nos tornando cada vez mais as roupas que vestimos, os moveis e objetos que temos? Essa eu não respondo, vou deixar isso para vocês pensarem.
Vou me ater mais ao fato de que cada vez julgamos nossos problemas como algo passageiro e que irá passar, empurrando tudo com a barriga e esses problemas vão tomando outras formas e outros jeitos e nenhum acaba realmente se resolvendo, principalmente internamente, afinal não pensar neles não os resolverá. Muitas vezes estamos dispostos a ajudar os outros, vemos os problemas deles e não os nossos, isso será que realmente ajuda? É muito importante e válido olhar para si e o espaço terapêutico é perfeito para esse feito.
Fora isso, sempre é possível negociar com o terapeuta, nem sempre os valores são os mesmos, eles variam de profissional para profissional e muitos são bem flexíveis para negociar. Mas lembre-se que somos profissionais como qualquer outro, estudamos e nos aperfeiçoamos para ajudar você, ou seja, é um preço até pequenos para um cuidado com você mesmo.

Aonde encontro um bom psicólogo?
Bem ai depende, não custa pedir ajuda a um amigo, perguntar se ele tem indicações, pode olhar no site do CRP e ver os que estão registrados, existem anúncios em diversos meios de comunicação. Essa é uma escolha sua e espero que você encontre o melhor para lhe atender, pois uma das melhores coisas do mundo é achar um psicólogo para chamar de seu!


Uma ótima terapia a todos  ;)


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