quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Transtorno do Espectro Autista

Um diagnóstico mais discutidos atualmente, principalmente após a novela global, o Autismo tem ganhado espaço tanto na mídia televisiva quanto na literária e por isso mexido muito com o que a população considera sobre o assunto. 




Mas então, o que é o tal do autismo?

Consiste em um transtorno que apresenta características como, principalmente, o desenvolvimento comprometido da interação social e da comunicação. As manifestações dependem e variam muito de pessoa para pessoa, da idade e do nível de desenvolvimento.

Abaixo um vídeo explicativo legendado, com um ótimo exemplo que ajuda a compreender melhor o transtorno:



E como vou saber se alguém é autista?

Bem, o diagnóstico em sí deve sempre ser feito por um profissional qualificado, médico, psicólogo, etc. Mas existem algumas características que podem ser observadas:


É comum perceber-se o transtorno desde a infância, mas não deve-se por isso imaginar que atinja apenas elas, adultos também podem ter o diagnóstico, que pode não vir sozinho, mas acompanhado de algum outro transtorno do neurodesenvolvimento, como os da fala ou até algum tipo de deficiência intelectual.


É claro que a pessoa não precisa apresentar TODOS os sintomas nas imagens acima, mas uma grande maioria. 

No DSM-5 temos os seguintes critérios para diagnosticar:
- Dificuldade persistente na comunicação e interação social, percebido atualmente ou na história anterior da pessoa como;
       - Dificuldade afetiva, na forma de expressar e demonstrar suas emoções;
       - Dificuldade na forma de se comunicar, verbal ou não verbal;
       - Dificuldade em compreender os relacionamentos, em se ajustar socialmente;
- Comportamento restrito e repetitivo, como:
       - Movimento, uso de objetos e fala estranhos e/ou repetitivos;
       - Não consegue aceitar bem as mudanças, nem que pequenas;
       - Interesse fixo e intenso em algo;
       - Ter resposta intensa ou inexistente a estímulos sensoriais ;
- Sintomas presentes no desenvolvimento, mas podem aumentar quando surgem mais demandas sociais;
- Os sintomas causam algum tipo de prejuízo e sofrimento em algum âmbito da vida da pessoa (escola, trabalho, em casa, etc);
- Ver se os sintomas não são melhores explicados por deficiência intelectual (mas pode ter comorbidade - ou seja - ter ambas);



É tudo igual? Tem gravidade? Como ver isso no autista?

Existem diferentes gravidades no autismo, e dificilmente um autista terá exatamente as mesmas características e sintomas que o outro. Alguns podem ter também:
- Comprometimento intelectual;
- Comprometimento da linguagem;
- Associada a alguma condição médica ou genética;
- Associado a outro transtorno do neurodesenvolvimento;
- Com catatonia (nesse caso a pessoa fica completamente parada, acordada mas parecendo uma estátua humana, não se move nem responde a nada);

Sobre a gravidade a pessoa pode estar em 3 níveis:

Nível 1 - Exigindo apoio: No caso da comunicação se estiver sem apoio existem prejuízos, por exemplo, a pessoa consegue conversar e fazer frases complicadas, mas de contexto estranho gerando muita dificuldade de fazer amizades. Sobre os comportamentos, são bem inflexíveis, ou seja tem dificuldade em trocar de atividade, com problemas para se organizar e planejar coisas, prejudicando a independência.

Nível 2 - Exigindo apoio substancial: Na comunicação apresenta dificuldades graves, mesmo com apoio, com comunicação verbal limitada, por exemplo a pessoa que fala frases bem curtas e simples, sobre temas bem reduzidos e com comunicação não verbal estranha. Dificuldade mais acentuada em lidar com mudanças, inclusive em suas atividades que são mais inflexíveis e rígidas e mais perceptíveis ao olhar dos outros, com sofrimento e dificuldade em mudar seu foco e ações.

Nível 3 - Exigindo apoio muito substancial: Dificuldade grave na comunicação, com resposta mínima de abertura a contato social que parte do outro, por exemplo, pessoa que fala mas poucas são as palavras compreensíveis, que responde apenas a abordagens bem diretas e dificilmente faz contato. Com comportamentos muito restritivo e repetitivo, com imensa dificuldade de mudança de atenção e ações, gerando grande sofrimento em todas as esferas.





Ok, mas como é o tratamento do autismo?

Bem, novamente, trata-se de um transtorno que ainda não tem cura, assim não existe um padrão de tratamento, portanto assim como a doença é diferente em cada pessoa, o tratamento também o é. O tratamento deve ser pensado para aquela pessoa em especial, ajudando ela nas dificuldades que ela em, assim precisa do apoio familiar, principalmente dos mais chegados, além de uma equipe multidisciplinar, ou seja, com vários profissionais de diversas áreas, visando o bem estar e a reabilitação do paciente.


Como a família pode ajudar um autista?

É claro que a família também sofre junto com o paciente com tudo o que se passa com ele. Ver uma pessoa que gostamos sofrendo também causa sofrimento pra nós. Portanto é muito importante que a família tenha apoio uns dos outros, não pode apenas um da família ficar sobrecarregado, é importante que todos participem ajudando o paciente e aos outros integrantes da família.
É claro que entender a pessoa autista, saber e aprender cada vez mais sobre o transtorno pode sempre ser útil e ajuda a perceber as coisas sob um outro angulo, alguns livros que acho ótimos para ler e de fácil compreensão são:






Se precisar apoio psicológico também é muito bom. Durante o tratamento é comum os profissionais irem dando dicas e ajudas para a família, como a compra de algum instrumento que ajude no dia-a-dia da pessoa, ou dicas de comportamento dos familiares para com a pessoa autista, mas isso depende sempre de cada caso. Não exite uma receita de bolo para isso, pois sonos humanos e diferentes uns dos outros.
Mas uma dica é a da imagem:


Então pessoal, deu pra ter uma ideia geral sobre o assunto? Alguma dúvida ainda? Podem deixar nos comentário ou me mandem por e-mail também psicologasamuelle@hotmail.com terei prazer em explicar tudo que quiserem.



Uma ótima terapia a todos ;)